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Aquecimento global: como o plástico ajuda a frear esse fenômeno

aquecimento global

O aquecimento global deixou de ser um medo futuro para se tornar uma realidade atual. A cada ano observamos o aumento das temperaturas, derretimento das calotas polares e todas as demais consequências ruins trazidas por essa transformação.

Não há dúvidas sobre a responsabilidade da forte industrialização mundial e do aumento da emissão de CO2 para essa situação. Embora não seja possível reverter todos os efeitos, cientistas do mundo todo buscam por soluções para diminuir os problemas. E essas respostas envolvem plástico na composição.

Refletir luz para a preservação de áreas glaciares

Você já ouviu falar no efeito albedo? Trata-se do poder reflexivo de um material ou superfície, expresso em porcentagem: 0% significa que toda a luz é absorvida e 100% que toda a luz é refletida. Seu valor é anotado com um número variando de 0 a 1.

O albedo médio de nosso planeta é 0,3, mas há grandes variações, com a neve tendo um valor médio de 0,8 e os oceanos um valor médio de 0,07.

Além de bastante curioso, o efeito albedo pode fazer a diferença no combate às consequências do aquecimento global ao ser reproduzido com as tecnologias corretas para retardar o derretimento das calotas polares.

Nos últimos dez anos, ao final da primavera alpinistas desenrolam enormes lonas brancas feitas de poliéster e polipropileno (polímeros ultrarresistentes) em áreas glaciares dos Alpes na Suíca e em regiões da Itália, Áustria, França e Alemanha. Essas lonas brancas isolam a camada de neve do calor do verão e melhoram a reflexão dos raios ultravioleta para impedir que o gelo derreta.

Esta técnica provou sua eficácia, pois vários estudos estimam que reduziu o derretimento local da neve em 50 a 70%. Um bom resultado, mas ainda insuficiente em relação ao volume de gelo que derrete a cada ano, principalmente nos polos.

Efeito albedo em zonas de clima polar

O gelo do mar Ártico também é afetado pelo derretimento, mas o aquecimento global não é a única causa. O gelo do mar Ártico está ficando mais escuro por causa dos depósitos deixados pelas nuvens de fuligem provenientes, em particular, de usinas termoelétricas a carvão. 

É bem conhecido que superfícies mais escuras tendem a absorver calor em vez de dispersá-lo, contribuindo assim para o aquecimento global. Por outro lado, quanto mais clara a superfície, mais radiação solar é refletida de volta para o espaço ― estamos falando novamente do efeito albedo já citado por aqui.

Quando o gelo do mar Ártico derrete, ele descobre o solo ou os oceanos, que refletem uma proporção menor dos raios solares, contribuindo assim para o gelo derreter mais rapidamente. Um verdadeiro círculo vicioso. Mas alguns pesquisadores já buscam soluções para essa questão.

A proposta é bombear água do mar e pulverizá-la no gelo do mar Ártico assim que a temperatura estiver próxima de 0°. Para essa operação, é necessário dessalinizar a água, já que gelo e sal não se misturam, o que requer muita energia elétrica. No entanto, a ciência está avançando no campo das membranas projetadas para filtrar a água do mar.

A empresa americana NanoH2O desenvolveu uma nova membrana de polímero de polissulfona cujo tamanho dos poros é muito próximo ao de uma molécula de água (cerca de um nanômetro). Quando o tamanho do poro da membrana é equivalente ao tamanho das moléculas de água, estas se conectam entre si para formar uma espécie de fio, o que possibilita acelerar o fluxo sem aumentar a quantidade de energia necessária.

Esta tecnologia poderia ser combinada com a da empresa francesa Mascara, que desenvolveu uma planta de dessalinização autônoma que opera usando células fotovoltaicas poliméricas. Os primeiros testes são muito conclusivos. Admitidamente, esta minifábrica foi instalada na Arábia Saudita, mas o sol também está presente nos polos, especialmente na entressafra, quando as temperaturas já estão frias para que esse trabalho seja feito.

Painéis solares flutuantes fazem a sua contribuição

Outras empresas tiveram a ideia de projetar painéis solares flutuantes. Os painéis fotovoltaicos são montados em uma estrutura modular feita de polietileno de alta densidade (HDPE).

A ideia é instalar esses painéis principalmente em reservatórios artificiais (bacias de irrigação, reservatórios de água potável, lagoas de aquicultura, lagos de pedreiras) para não perturbar a natureza.

Sua principal função é produzir eletricidade verde, mas essa é apenas uma faceta de seu efeito. O albedo de um painel solar é muito maior do que o de um corpo de água, que muitas vezes é próximo ao preto.

Tinta enriquecida com polímeros reduz a emissão de CO2

Um estudo de 2012 da Universidade Canadense de Concórdia estimou que aumentar o valor de albedo das cidades em 0,1 tornaria possível evitar a emissão de 130 a 150 bilhões de toneladas de CO2 por 50 anos. Isso não é pouca coisa, dado que as emissões globais de CO2 se aproximam de 40 bilhões de toneladas por ano.

Criar este verdadeiro escudo térmico requer pintar seu telhado não com tinta comum, mas com uma tinta térmica. Ao aumentar a reflexão dos raios solares, a tinta térmica impede que os edifícios armazenem calor no verão e, portanto, limita a necessidade de ar-condicionado.

Essas tintas são enriquecidas com polímeros como o látex de fluoreto de polivinilideno (PVDF), polímero que confere às tintas uma brancura quase perfeita e permite que os telhados tenham um coeficiente de albedo próximo de 1. Esse é o revestimento que agora pode ser encontrado no telhado da quadra central de Wimbledon, na Torre Pérola em Xangai, no Renaissance Center em Detroit e em muitos edifícios e arranha-céus ao redor do mundo. 

Já em outros lugares, como o Aeroporto de Amsterdã, a decisão foi instalar filmes de poliolefina termoplástica em todos os seus telhados. Este é um material reciclável que não requer manutenção e pode permanecer no local por até 50 anos. Além disso, é altamente resistente à agressão química, como a causada pela parafina, que está muito presente em sua forma de vapor nos aeroportos. Assim como a tinta à base de PVDF, sua brancura permite refletir eficazmente a luz solar de volta ao espaço, o que é uma de suas principais prioridades.

Com técnicas baseadas no efeito albedo, é possível promover o resfriamento do planeta. E em todas essas propostas, podemos observar o uso de diferentes tipos de plástico, o que evidencia como esse material é rico, versátil e quando bem utilizado, capaz de contribuir para a preservação da Terra.

Fonte:

https://plastics-themag.com/Plastics-cause-the-planet-to-reflect

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